O jogador da Pain Gaming, equipe de League of Legends, Kami, esteve no "Programa Pânico" da rádio Jovem Pan e afirmou que "o ambiente dos games é tóxico com os gays". O player declarou ainda 'que o fato também acontece com as mulheres'.
De início, "Kami" disse que 'se assumiu' após as constantes perguntas que recebia dos fãs — sobre sua orientação sexual e a comparação feita com um personagem gay de uma novela brasileira.
"Foi em 2013 (que assumiu), coincidiu que um personagem da novela, Felix, era gay e me comparavam com ele; como eu sempre prezei pela transparência com os meus fãs, eu fiz um post (2014) no Facebook revelando, e o feedback da comunidade como um todo foi muito positivo".
O jogador de League of Legends, no entanto, não foi o único a assumir a orientação sexual. O amigo, Gustavo "Minerva" Alves, na época atuando pela KaBum, também deixou o ambiente escuro do armário para trás.
Kami ainda disse que o ato foi pensado, de forma a conscientizar o cenário gamer, geralmente "tóxico" e "machista".
"Eu tratei disso com a maior naturalidade, tendo consciência da visibilidade que eu tinha no cenário e também da idade dessas pessoas, geralmente jovens, que podem crescer com certos preconceitos", explicou.
O atleta contou ainda que por poucas pessoas saberem do fato, "era ruim não poder conversar sobre isso com ninguém".
#ESportsNoPanico | @Kamizeon: ambiente dos games é "tóxico" com gays pic.twitter.com/xh5f22uIMY
— Jovem Pan FM (@radiojovempan) August 9, 2018
Kami continuou sua fala dizendo que "as mulheres também sofrem com ofensas e desrespeito nos games". Por fim, ele comparou o cenário entre com os gêneros: "As vezes a menina é xingada apenas por ser menina. Alguns mandam ela lavar louça, diferente dos meninos".
Também presente na entrevista, o melhor jogador de CS:GO do planeta em 2016 e 2017, "coldzera", do MiBR, falou sobre a presença de mulheres e gays no cenário competitivo de Counter-Strike: Global Offensive:
"A nossa modalidade (masculina) é mista, uma mulher pode jogar com a gente, o contrário não. Nós as incentivamos (a jogar conosco), mas, muitas não tentam", explicou. Ele ainda falou sobre a carreira e ainda revelou o valor do seu passe no mercado.
Atleta trans é pioneira no Counter-Strike: Global Offensive feminino no Brasil
Olga Rodrigues, anteriormente, Lucas "drtt", passou pelo processo de transição e voltou para o CS, desta vez pela Bootkamp Gaming. Em maio deste ano, no entanto, a jogadora foi acusada de "desequilibrar o campeonato", pelas até então jogadoras e o técnico da Vivo Keyd, que venceram a Liga Feminina da Gamers Club; após a polêmica, o elenco foi dispensado pela Vivo.
A entrevista pode ser conferida na íntegra aqui.
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