League of Legends
BeatrizCoutinho•14/06/2019
O Departamento de Emprego e Habitação da Califórnia iniciou uma ação de aplicação de investigação contra a Riot Games na última quarta-feira (12). De acordo com o órgão, a desenvolvedora de League of Legends se recusou a fornecer dados de pagamentos de funcionários para colaborar com o andamento do processo sobre discriminação de gênero em ambiente de trabalho, aberto em novembro 2018. A empresa, por sua vez, diz que enviou corretamente os arquivos necessários.
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"A Riot Games se recusou a fornecer informações adequadas para que o departamento pudesse analisar se mulheres recebem salários menores do que os dos homens na empresa. O órgão busca estes dados como parte da investigação sobre possíveis salários desiguais, assédio e agressão sexuais, retaliação e discriminação de gênero na seleção e promoção de cargos", afirmou o Departamento de Emprego e Habitação da Califórnia.
De acordo com Kevin Kish, diretor do departamento, quando empresas falham em cooperar com as investigações dos processos o DEHC pode exercer seu direito de procurar assistência em tribunais. "Isso garante que tenhamos acesso a evidências revelantes e completas sem atrasos desnecessários".
Ao Dot Esports, a Riot afirmou que está sim cooperando com a investigação e que forneceu ao DEHC documentos com mais de 2.500 páginas e milhares de linhas com dados de pagamento. "Pedimos várias vezes para que eles participassem de reuniões conosco para que pudéssemos atender aos pedidos deles e não obtivemos resposta. Estamos desapontados com o comunicado que aponta que não estamos cooperando. Estamos confiantes de que fizemos progressos substanciais em diversidade, inclusão e na cultura da empresa e vamos continuar demonstrando isso ao departamento".
Como reportado anteriormente, os empregados da Riot têm o costume de evitar a contratação de mulheres que - de acordo com a própria empresa - não se encaixam na imagem de "gamer raiz", algo que só reforça preconceitos de gênero.
A ação judicial movida contra a Riot desde novembro de 2018 alega que é comum negar salários iguais para homens e mulheres que ocupam o mesmo cargo e que funcionárias sofrem repressão e paralisações em suas carreiras, somente por serem mulheres. Além disso, o processo também cita condições de trabalho abusivas que envolvem assédio sexual, má conduta e preconceito no dia a dia.
Em abril, parte dos funcionários da Riot Games fez uma greve contra as medidas que a empresa tomou para dificultar o andamento de processos jurídicos relacionados a assédio, baseando seu argumento na arbitragem forçada - prática que obriga a resolução de disputas de trabalho internamente, com um mediador contratado pela empresa, sem possibilidade de apelação e sem o envolvimento da justiça. A empresa afirmou que as funcionárias "renunciaram a seus direitos de processar a empresa quando foram contratadas".
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Bia Coutinho é redatora do Versus. Siga-a no Twitter em @biaacoutinhoo.