O fim chegou ao "imortal": A carreira de Score e seu legado em League of Legends - ESPN.com.br

Go "Score" Dong-bin em uma sala de maquiagem antes do Mundial de League of Legends em 2015 

No último sábado (17), Go "Score" Dong-bin, da equipe KT Rolster, esteve em sua última partida profissional em League of Legends.

Ele disputou a série no controle de Gragas, um campeão que jogou com tanta frequência e tão bem que lhe valeu o apelido de "barril em pessoa", em referência ao famoso item do campeão.

Score teve muitos apelidos, incluindo um que pareceu particularmente adequado ao longo dos anos: "The Immortal" ou "O Imortal". A designação se originou em sua incrível capacidade de permanecer vivo como Atirador, mas também sobre sua importância no League of Legends da Coreia do Sul. Score é um patrimônio da KT Rolster. Ele sempre foi uma constante, um ponto fixo no tempo e no espaço.

Agora, KT e a LCK seguirão em frente sem ele.

Pensei muito sobre como escreveria sobre a aposentadoria do meu jogador favorito de League of Legends. A primeira vez que esse pensamento surgiu foi em 2015, após a transição de Score para a posição na selva e o início na KT naquele ano. O tempo de Score na LCK sempre foi limitado, e o serviço militar obrigatório sul-coreano pairava acima de sua carreira. Eu vi jogadores veteranos na mesma situação, como Bae "Bengi" Seong-woong, da SK Telecom T1, saírem e entrarem no exército. Score permaneceu, embora os rumores de aposentadoria aumentassem a cada split da LCK.

Score começou a carreira em LoL como Atirador, mas se tornou caçador para ajudar sua equipe em um momento de transição Divulgação/Riot Games

Score é uma representação de caminhos divergentes - as possibilidades infinitas de como uma escolha se torna outra. E se Score tivesse decidido servir o serviço militar obrigatório mais cedo? E se eu não tivesse decidido assistir a uma partida específica da KT Rolster? E se Score não tivesse mudado para a posição na selva? E se a KT Rolster tivesse derrotado a SKT na final da OGN Champions em 2013?

Em 2013, um amigo com quem joguei League of Legends me disse para prestar atenção em um time chamado KT Rolster no MLG Dallas. Ele estava jogando em um torneio internacional de exibição contra Curse e Gambit Gaming (anteriormente conhecido como Moscow Five).

Eu estava jogando LoL há mais de um ano, era péssima e me disseram para assistir a jogadas de pro players para melhorar meu jogo. Um amigo gentilmente me empurrou na direção da Team SoloMid. Outro conhecido falou sobre a Counter Logic Gaming Europe. Eu assisti ao Mundial da 2ª temporada e às eliminatórias regionais norte-americanas. Naquele ano em particular, eu havia acompanhado tanto o campeonato europeu quanto a liga norte-americana, ambos em seu ano inaugural.

Nenhum deles me surpreendeu como assistir a KT Rolster B e seu atirador, Score, no MLG Dallas.

Score teve uma série de apelidos ao longo da carreira em League of Legends, mas "The Immortal" exemplifica seu impacto no cenário Divulgação/Riot Games

Lembro-me pouco sobre os detalhes da partida em si - Elise foi fortemente priorizada, assim como Kha'Zix e Kayle -, mas assisti com admiração. Era o que eu estava procurando em League of Legends.

A partir desse ponto, fiquei viciada no LoL da Coreia do Sul, na KT Rolster e, mais tarde, em Score. Seu tempo como Atirador foi caracterizado por seu apelido "imortal". A propósito da existência da KT na liga, eu experimentei meu primeiro desgosto: as finais de verão da liga em 2013. A introdução dos jogadores na chuva, a nuvem sobre o Han River do lado de Jamsil, o grupo pop Yellow cantando "We Are The Champions" do Queen - eu pude ver tudo isso em minha mente enquanto Score se curvava para o público da LCK no LoL Park no sábado, provavelmente a última vez.

Score foi o jogador que procurei por várias razões, sendo a primeira sua posição em jogo. Como um Atirador, assisti Score para melhorar o meu próprio gameplay. Eu me arrepiava quando seus críticos o consideraram seguro demais ou um jogador de KDA (mortes/assistências), acusações que desapareceram imediatamente durante sua incursão na pré-temporada na selva depois que a intertemporada de 2014-15 deixou a KT sem um Caçador.

Sua troca de funções foi inesperada e inicialmente hilária. Ele foi imprudente e agressivo, ao contrário de seu jogo passivo que rendia tantas críticas. Em seu primeiro jogo como Jungler, Score esqueceu de comprar o colar Bonetooth de Rengar. Em seu segundo, ele foi proativo com Lee Sin, mas sem ser bem-sucedido.

Não era bonito e certamente não era perfeito, mas foi o início de uma série de eventos que levaram Score a ser considerado o melhor Caçador do mundo.

Go "Score" Dong-bin teve uma carreira de quase oito anos em League of Legends Divulgação/Riot Games

Os jogadores mudaram ao seu redor, mas sempre houve Score. Quando chegou a hora da KT tentar a montagem de um super time, recrutando uma formação estrelada com Song "Smeb" Kyung-ho, Heo "PawN" Won-seok, Kim "Deft" Hyuk-kyu e Cho "Mata" Se-hyeong, esses veteranos disseram que se juntaram ao time graças, em grande parte, à Score. Quando Son "Ucal" Woo-hyeon assumiu a posição no Meio como um novato em ascensão, disse repetidas vezes que queria encaminhar Score ao seu primeiro campeonato nacional.

APOSENTADORIA

Já em 2019, após uma exaustiva vitória sobre a Kingzone DragonX no sábado (17), Score disse à publicação online sul-coreana Inven que não tinha certeza se seria sua última partida. Se a KT tivesse perdido, ou a Hanwha Life Esports vencesse no dia seguinte, seus últimos jogos teriam sido disputados no torneio promocional de primavera da LCK, com sua equipe em risco de ser rebaixada da liga. Este teria sido um fim melancólico para uma carreira gloriosa nos esports.

Score terminou sua participação na LCK em um jogo simples que, no final das contas, manteve seu time longe do rebaixamento. Não foi uma final de campeonato ou um torneio internacional, como muitos esperavam, mas um 2-1 na última semana de jogo da temporada regular para salvar sua equipe.

Score fechou sua carreira com uma vitória sobre a Kingzone DragonX por 2 a 1 Divulgação/Riot Games

O legado de Score é pitoresco. Ele começou a jogar League of Legends antes que as regiões ou ligas estivessem formados. A maior parte de sua carreira foi definida pelo que ele não tinha, apesar de sua longevidade e proezas em jogo. Ele continua sendo meu jogador favorito por causa disso, não apesar disso. Toda semana, quando sintonizava a transmissão da LCK, independentemente da formação do elenco, se escutava em coreano ou inglês, não importava onde estivesse no mundo naquele momento, havia Score.

Quando nossos jogadores favoritos se aposentam, há uma tendência natural de falar sobre como nos inspiraram. Como sua grandeza nos levava a alguma epifania em nossas vidas ou nos afetaram de maneiras que achamos que não eram possíveis.

Mas não é isso que penso quando penso em Score.

Eu penso em qual é o valor e o peso de uma carreira; como isso pode ser atribuído não por um conjunto de troféus, mas por continuar, contra todas as probabilidades, a existir. Que estar presente vale alguma coisa. No próximo ano, a KT Rolster permanecerá, mas sem o seu pino mestre, Score. E continuarei escrevendo e assistindo a LCK.