Riot responde críticas de Doublelift sobre mudanças em League of ...

Deu a louca no meta, e todos estão de olho nele

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Não é novidade para a Riot Games que a comunidade e os jogadores profissionais não ficaram felizes com o novo meta de League of Legends. Enquanto os fãs reclamam nos fóruns, o pro player da Team Liquid  Yiliang "Doublelift" Peng fez um vídeo criticando a dinâmica de atualizações em LoL e outros aspectos do jogo, no qual o Rioter GhostCrawler respondeu, afirmando que concorda com a maioria dos pontos levantados.

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O vídeo, intitulado "As Desvantagens de um jogo em constante evolução", apresenta três críticas principais: mudanças em campeões, atualizações muito frequentes e a produção de conteúdo dos pro players de LoL em relação aos de outros games.

Mudanças em campeões

De acordo com Doublelift, uma das melhores coisas de League of Legends é o fato dos jogadores terem o poder de escolher qualquer campeão e simplesmente se divertir com ele enquanto joga. Na opinião do pro player, é assim que realmente se aprende um conjunto de habilidades e se aprimora a performance.

O pro player comenta que diversos jogadores profissionais ficaram conhecidos por serem muito bons com campeões específicos, como por exemplo Hong "MadLife" Min-gi e seu Thresh. Além disso, Doublelift levantou a questão: o que acontece quando há uma mudança brusca em um único personagem?

Como exemplo, o norte-americano comentou sobre o uso do campeão Aatrox, que era raramente escolhido no cenário competitivo, mas passou a ser muito utilizado após seu rework.

Nas palavras do jogador, é frustrante ver um campeão sendo totalmente mudado, porque as pessoas que utilizavam ele sentem que todo o seu empenho com determinado herói foi em vão. 

Em um post no Fórum do LoL, o Rioter GhostCrawler explicou que a desenvolvedora não se sente confortável em "estragar" a experiência de qualquer jogador. "Quando um profissional se sente decepcionado por causa de uma mudança que nós fizemos, isso é uma droga. Quando qualquer jogador sente que o empenho que ele colocou em um campeão é em vão, também é uma droga."

Segundo o Rioter, a desenvolvedora faz os reworks para "consertar campeões que não são interessantes de jogar, que não tem bons contra-ataques ou que simplesmente não estão mais atualizados. "Mas sabemos que é um risco acabar perdendo jogadores que se dedicaram à um campeão se mudarmos muito ele em relação ao original", reconhece GhostCrawler.  

Atualizações muito frequentes

Para falar sobre as atualizações frequentes deste meio de temporada, que renderam um meta polêmico, Doublelift não poupou reclamações.

"No infame pacote de atualização 8.11, as pessoas que logavam no game com a expectativa de que sabiam ao menos jogar na rota inferior entraram em partidas com um metagame caótico [...] Reckless, um dos melhores jogadores da Europa, se colocou na reserva porque as coisas chegaram ao ponto de um jogador do topo fazer o trabalho dele melhor do que ele mesmo", relembrou o atirador da Team Liquid.

Para mostrar como um meta com menos atualizações também pode funcionar, Doublelift citou StarCraft II, game que muda muito pouco, afirmando que novidades no jogo precisam ser compostas pela criatividade da comunidade. 

Em resposta, Ghostcrawler disse que o pacote de atualizações do meio da temporada teve mais impactos do que a Riot esperava. Ele revelou, além disso, a empresa optou este ano por dividir o patch em três partes, o que causou estranhamento em diversos jogadores, principalmente atiradores e caçadores.

O Rioter garantiu que em 2019 a atualização de meio de temporada voltará a ser um grande pacote e que as mudanças que antecedem o Mundial e a pré-temporada serão menos agressivas.

Ainda segundo Ghostcrawler, o ponto de Doublelift sobre um meta estável e jogadores contribuindo para torná-lo eficiente e dinâmico é ótimo, mas que a abordagem da Riot é outra.

"A abordagem que temos é a de evoluir o jogo constantemente [...] Há players que jogam muitas e muitas horas de League toda semana. Se eles continuarem jogando e se frustrarem toda vez, terão que sofrer em diversas partidas antes de podermos consertar o que é necessário - assumindo que tudo será consertado na próxima atualização e que já funcionará de primeira", explicou o Rioter, apontando como os jogadores seriam prejudicados caso não houvessem mudanças constantes.

Treinar ou Streamar? Eis a questão

Um dos últimos pontos levantados por Doublelift é o fato de que, com as atualizações constantes, tem sido cada vez mais difícil para os pro players produzir conteúdo, já que eles precisam treinar muito mais do que já costumam praticar.

"Você já se perguntou porque é tão raro jogadores da LCS streamarem hoje em dia? É porque treinamos 12 horas por dia para nos adaptarmos ao meta e precisamos mostrar uma boa performance", alfinetou o pro player. "Desse jeito, não sobra tempo para promover o LoL, que nós mesmos jogamos o dia inteiro".

Para explicar isso, Doublelift apontou que o game Fortnite cresceu muito rápido porque os criadores de conteúdo fazem streams com as novidades do game - que são constantes - e se divertem ao mesmo tempo em que mostram as atualizações para a comunidade.

"Pro players de LoL nunca terão muito tempo para streamar por razões óbvias [treinamento], mas se tivéssemos mais já seria bom para a popularidade do jogo", explicou o jogador.

Em relação à isso, Ghostcrawler admitiu que o MOBA não é balanceado segundo somente o competitivo. Ele também reconheceu que, embora a Riot faça o seu melhor, é difícil melhorar o jogo com mudanças bruscas tendo apenas duas janelas de atualizações - a pré-temporada e a do meio do ano.

Finalizando o vídeo, o jogador da Team Liquid destacou que a popularidade e as visualizações de LoL na América do Norte estão diminuindo. Porém, ele não acredita que o game esteja "morto", mas que com uma frequência menor de atualizações, os pro players conseguiriam criar mais conteúdo e melhorar suas habilidades, enquanto os jogadores casuais poderiam encontrar um maior direcionamento dentro de jogo, além de mais jogadas incríveis no cenário competitivo.

Você concorda com o que Doublelift tem a dizer sobre o meta atual?

Bia Coutinho é redatora no Versus. Siga-a no Twitter.

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