Riot Games processada por discriminação de género

A Riot Games está a ser acusada de "discriminação de género endémica e de promover um ambiente que coloca os 'homens em primeiro lugar'."

Segundo reporta o Kotaku, o processo segue-se a uma investigação levada a cabo pelo meio que mergulhou na cultura sexista existente na Riot Games, editora de títulos como League of Legends.

O processo entregue contra a Riot Games indica que, "tal como muitas das funcionárias do sexo feminino da Riot, as queixosas também viram negados pagamentos equalitários e viram as suas carreiras estagnar pelo facto de serem mulheres. Mais ainda, as queixosas viram também as suas condições de trabalho sofrerem um impacto negativo devido ao assédio sexual, comportamentos inadequados e tendenciosismo continuados que predominam no ambiente de trabalho sexualmente hostil da Riot Games."

Como se não bastasse, o processo alega ainda que a Riot "violou o Equal Pay Act da Califórnia e a lei contra a discriminação de género no local de trabalho," e que as funcionárias envolvidas procuram "compensações sobre salários não pagos, danos e outras penalizações, com o montante exato a ser determinado durante o julgamento."

O artigo do Kotaku de agosto detalha uma cultura de sexismo na Riot e contou a história de 28 atuais e antigos funcionários que tiveram de lidar com uma "bro culture" que "em alguns casos, recompensa comportamentos que colocam as mulheres em desvantagem."

Depois da publicação desse artigo, a Riot Games respondeu às alegações e afirmou ter uma "política de tolerância zero sobre discriminação, assédio, retaliação, bullying e toxicidade em geral."

A companhia deu continuidade à sua mensagem através do Twitter e disse que iria "partilhar as ações a curto e longo prazo que estamos a tomar para levar a cabo mudanças reais para as mulheres na Riot."

Apesar da Riot parecer ter removido muitas das pessoas envolvidas na criação desta cultura sexista, segundo vários atuais e antigos funcionários, alguns continuam na empresa, e são "perpetradores chave de comportamentos abusivos," segundo o artigo do Kotaku.

Jessica Negron, uma das queixosas deste processo, disse que, pouco depois de ter sido contratada, o seu manager se despediu, ela assumiu o seu cargo mas nunca teve um aumento de salário a condizer com as suas novas funções.

Negron disse ainda que, apesar de ter manifestado a sua insatisfação e ter pedido para que a sua mudança de cargo fosse oficializada, "três homens foram contratados para o seu cargo de forma sucessiva," e que ela nunca foi entrevistada ou teve a sua voz ouvida.

Mais ainda, Negron reclama que "em apenas um mês, contou que os seus colegas do sexo masculino na Riot usaram a palavra "dick" mais de 500 vezes," e que um dos seus supervisores disse que "a diversidade não deve ser um ponto central no desenvolvimento de produtos da Riot Games porque a cultura gaming é o último bastião para os adolescentes brancos de sexo masculino."

A outra queixosa, neste momento ainda funcionária da Riot Games, Melanie McCracken, trabalha na empresa desde 2013 e falou sobre as suas experiências com a cultura sexista, indicando que "os Recursos Humanos falharam em manter a reunião confidencial e revelaram a informação ao seu supervisor."

McCracken assumiu uma nova posição em 2015, e o seu antigo supervisor foi então promovido para uma posição sénior em 2016. Segundo o que ela diz, foi-lhe dado depois "um prazo de cinco meses para encontrar uma nova posição ou 'ser despedida'."

Podes consultar a totalidade do processo judicial aqui.


Abílio Rodrigues [of Rivia] é o editor de tecnologia do IGN Portugal, confesso amante de música e entusiasta do gaming no PC. Podes segui-lo em @KaikaneTR

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