Liga de LoL da América do Norte atrai campeões mundiais, cresce nível e infla rivalidade com Europa - SporTV

A América do Norte, última das grandes regiões a entrar na temporada 2019 de League of Legends, volta à ativa neste sábado. Ao todo, dez times se preparam para dar os primeiros cliques na LCS 2019, a elite regional do game. O formato da atual edição do campeonato não apresentou mudanças significativas em relação a 2018. Por conta disso, os principais destaques foram as transferências: alguns campeões mundiais em temporadas passadas, que integravam organizações coreanas, foram contratados por equipes norte-americanas.

O incremento do nível técnico das disputas não é o único atrativo do torneio. Os dias que simbolizaram o período de preparação também foram marcados por acertos, conflitos, estatísticas misteriosas e provocações contra os europeus, principais rivais dos times da América do Norte.

Taça da 2ª etapa de 2018 da LCS — Foto: Riot Games/Divulgação

Os favoritos

Alguns times fizeram bonito na pré-temporada da LCS e trouxeram nomes de respeito. A começar pela Team Liquid, atual campeã. A equipe, que já possui como estrela o atirador Peter "Doublelift", confirmou as chegadas do meio Nicolaj "Jensen" e do suporte coreano Jo "CoreJJ". Enquanto o primeiro foi um dos grandes nomes da Cloud9 nos últimos anos, o segundo é ex-jogador da SSG e ostenta um título mundial no currículo. A tendência é que a organização mantenha o predomínio sobre os adversários ao menos nos primeiros jogos.

Doublelift é o principal personagem da favorita Team Liquid — Foto: Riot Games/Divulgação

A única contratação da Cloud9 na janela de transferências foi o meio Yasin "Nisqy", vindo da europeia Splyce. Mesmo assim, o time segurou quatro protagonistas da campanha histórica do Mundial de 2018 e deve se manter brigando pelo topo da LCS.

Quem mostrou agressividade nas movimentações foi a 100 Thieves. O time optou pelo desligamento do atirador Cody "Cody Sun" e realocou o meio Ryu "Ryu" para a comissão técnica. Para preencher as lacunas, foram trazidos Bae "Bang", campeão mundial e ex-atirador da SKT, e o meio Choi "Huhi", que estava na CLG.

Depois de um 2018 conturbado, a Team SoloMid volta a dar esperanças à torcida. Para isso, a equipe se despediu do topo Kevin "Hauntzer" e do suporte Alfonso "Mithy". Lesionado, o caçador Jonathan "Grig" dará lugar a Matthew "Akaadian", que foi promovido da TSM Academy. As demais reposições animaram: vieram o topo Sergen "Broken Blade", tratado como promessa na Turquia, e o suporte Andy "Smoothie", já conhecido no cenário.

Quem pode pintar como surpresa

Representante digital do Golden State Warriors, da NBA, a Golden Guardians reuniu atletas experientes para esta etapa. A equipe, que acabou como lanterna das últimas duas edições da LCS, parece ter encontrado soluções no mercado. Destaque para as chegadas do meio dinamarquês Henrik "Froggen", bastante conhecido na Europa, e do suporte Kim "Olleh", ex-paiN Gaming e até então peça importante do elenco da Team Liquid.

Golden Guardians pode ganhar o status de sensação da LCS em 2019 — Foto: Riot Games/Divulgação

A Clutch Gaming também corre por fora neste primeiro semestre e deve brigar por playoffs. A organização perdeu o meio Fabian "Febiven", principal referência do elenco, mas fechou acordos com Heo "Huni" e Tanner "Damonte". Além disso, promoveu o campeão do mundo de 2013 Chae "Piglet", que estava na Clutch Academy e passa a ser o atirador titular da equipe.

A situação da Echo Fox é incerta, mas a qualidade individual dos jogadores pode ser um diferencial. O time passou por uma reformulação, motivada pelas saídas de Huni, Smoothie e Damonte. Apesar disso, a badalada contratação do experiente caçador Lee "Rush", que estava na KT Rolster, pode amenizar a situação.

Sinal de alerta

Os panoramas de CLG, FlyQuest e OpTic Gaming são preocupantes. A primeira apostou na manutenção de uma base que não obteve bons resultados em 2018, terminando apenas na oitava colocação da fase de pontos. A FlyQuest, por sua vez, trouxe Eugene "Pobelter" e Omran "V1per" – pouco em relação ao restante dos adversários. Por fim, a OpTic Gaming empolgou ao fechar com Lee "Crown", campeão do mundo com a SSG, e William "Meteos", caçador experiente nos Estados Unidos. Apesar disso, as más atuações recentes apresentadas por esses atletas deixam uma grande incerteza sobre o desempenho da equipe.

Lei do ex?

A tradicional "dança das cadeiras" se mostrou bastante presente entre os times da LCS nesta pré-temporada. Inúmeros foram os episódios de atletas que migraram de uma organização que disputa a competição para uma rival. Algumas saídas não foram bem digeridas pelos jogadores, que têm a oportunidade de "se vingar" do antigo clube ao longo das rodadas.

Hakuho não esconde a insatisfação que tem com a Clutch Gaming — Foto: Riot Games/Divulgação

Um desses casos é o do suporte Nickolas "Hakuho". Em 2018, ele integrou o elenco da Clutch Gaming, que acabou na nona colocação da fase de pontos da 2ª etapa da LCS. O desempenho abaixo do esperado parece não ter agradado os proprietários do time, que dispensaram Hakuho e outros dois integrantes da line-up em novembro. Todos os três foram para a Echo Fox, onde serão parceiros do coreano Rush.

No novo time, o suporte é tratado como um dos alicerces para uma possível briga por playoffs. A entrada em um ambiente mais calmo, contudo, não apaga a demissão da memória do jogador. Em entrevista para o site "LoL Esports", divisão da Riot responsável pela divulgação dos torneios oficiais, Hakuho expressou publicamente o descontentamento com a decisão da ex-equipe.

- Eu quero ganhar da Clutch apenas para provar que eles estão errados – afirmou.

Hauntzer promete dar trabalho para os ex-parceiros de TSM em 2019 — Foto: Riot Games/Divulgação

Outro atleta que demonstrou estar ansioso para enfrentar antigos companheiros é o topo Hauntzer. Agora na Golden Guardians, o pro player conta os dias pela ocasião em que encontrará a Team SoloMid. E não para por aí: também em entrevista para o "LoL Esports", ele declarou que outros jogadores da equipe compartilham do mesmo pensamento.

- Quando nos reunimos pela primeira vez na Golden Guardians, estávamos falando: "Pessoal, vocês sabem que somos o time da vingança, certo? Temos que nos vingar de todo mundo". Juan (Contractz) quer vencer a Cloud9. Henrik (Froggen) quer ganhar da Echo Fox. Joo-Sung (Olleh) quer bater a Team Liquid. E eu quero derrotar a TSM – ressaltou.

Alfinetada

As relações entre as comunidades norte-americana e europeia não são muito amigáveis no League of Legends. Até 2018, contudo, os campeonatos dessas regiões dividiam o mesmo nome, distinguidos por LCS EU (Europa), e LCS NA (América do Norte).

A partir desta temporada, a LCS EU passou a ser denominada de LEC. Por conta disso, a Riot Games optou por manter apenas a sigla LCS para a competição norte-americana, tirando o "NA", e aproveitou para reformular a identidade visual do torneio. Todas as mudanças foram detalhadas em um vídeo bem-humorado, mas o trecho final foi o que mais chamou atenção: na tela em que é mostrado o novo símbolo da competição, foi adicionada a frase "Nós derrubamos o NA, mas ainda melhor... Nós derrubamos o EU".

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Pesadelos entre os pro-players

As organizações norte-americanas possuem alguns meios consolidados em nível internacional, como Jensen, Pobelter e Huhi. As movimentações da pré-temporada, entretanto, foram um pesadelo para os atletas da posição. Apenas um meio do cenário conseguiu permanecer na mesma organização que defendeu em 2018: Søren "Bjergsen", da TSM.

Bjergsen foi o único meio a permanecer no mesmo time em 2019 — Foto: Riot Games/Divulgação